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Sociedade Brasileira de Hérnia realiza 120 procedimentos em 100 pacientes do SUS




Os cirurgiões associados à Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), realizaram 120 cirurgias para correção de hérnias abdominais, em 100 pacientes que aguardavam na fila de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), em Palmas (TO). O mutirão zerou a fila de pacientes aptos a operar e que tiveram as suas cirurgias adiadas devido a pandemia.

Os procedimentos – que incluíram em alguns casos mais de uma cirurgia no mesmo paciente – foram feitos entre os dias 06 e 10 de junho, no Hospital Geral de Palmas e no Hospital Geral de Miracema. Participaram do Mutirão 22 cirurgiões voluntários de todo o Brasil, que realizaram cirurgias de hérnia de baixa, média e alta complexidade.

Entre os pacientes, muitos trabalhadores que já não conseguiam mais exercer suas atividades diárias, devido ao avanço da doença. É o caso do trabalhador rural, Valperino Barbosa, de 55 anos, que vive no município de Lagoa da Confusão, no interior de Palmas. Ele estava com uma hérnia estrangulada e aguardava a cirurgia há três anos.

“Não consegui mais trabalhar e tinha restrição para muitos movimentos. nem acredito que este dia chegou, estou bem e tive muita por ter sido chamado por este mutirão. Recebi toda a atenção dos médicos e equipe do Hospital Geral de Palmas e dos cirurgiões que vieram de fora. Espero ter uma vida normal em breve””, declarou Valperino.

As hérnias da parede abdominal envolvem as umbilicais, incisionais (na cicatriz de uma cirurgia anterior), inguinais (na virilha) e as epigástricas. A doença tem alta prevalência na população, sendo que a alteração na virilha é a mais comum – representando 75% dos casos – e atinge cerca de 20% dos homens adultos ao longo da vida.

A cirurgia é a única forma eficaz de tratamento para as hérnias e a sua ausência pode trazer sérios riscos ao paciente. “Além de afetar negativamente a qualidade de vida trazendo sintomas como dor, desconforto e prejuízos estéticos, as complicações como o estrangulamento e o encarceramento podem levar o paciente à morte caso não sejam tratados adequadamente”, alertou o presidente da SBH, Marcelo Furtado..

Todos os pacientes que passaram por cirurgias de hernioplastia abdominal feitas foram avaliados por equipes de cirurgiões que integram a SBH no Estado.

“O mutirão é uma ação social e é gratificante para nós, cirurgiões da Sociedade Brasileira de Hérnia, contribuir com regiões em que a demanda encontra-se maior. Saímos de Palmas com a sensação de missão cumprida””, completou, Marcelo Furtado.

A entidade já realizou sete mutirões de hérnias em diferentes regiões do Brasil. Entre os estados que já receberam os mutirões da SBH estão Paraíba, Ceará, Rio de Janeiro, Maceió, Minas Gerais e outros. No Tocantins, a ação foi realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde.

“Esta parceira contribui de forma significativa para ampliar o atendimento aos pacientes que precisam de cirurgias eletivas, no Sistema Único de Saúde. A vinda destes profissionais soma com os esforços para reduzir o tempo de espera pelos procedimentos eletivos”, afirma o secretário de Estado da Saúde do Tocantins, Afonso Piva de Santana.


Queda nos procedimentos Entre os anos de 2018 e 2021 houve uma queda de 72% no número de cirurgias de hérnias realizadas no estado do Tocantins, devido a pandemia ocasionada pela COVID-19. Ao todo, foram realizadas 897 cirurgias em 2018, 1.137 cirurgias em 2019 e o número foi caindo em 2020, com a realização de 361 procedimentos, em 2021 foram 260 procedimentos e, neste ano de 2022, apenas 302 cirurgias foram realizadas no estado.

O cirurgião responsável pela organização local do mutirão em Palmas, Dhyogo Paulo Severo Silva, explica que os pacientes selecionados para o mutirão possuem hérnias de baixa, média e alta complexidade. “Todos os pacientes foram avaliados por cirurgiões locais e teremos cirurgias de hérnias inguinais, hérnias epigástricas, hérnias umbilicais, hérnias ventrais, hérnias recidivadas e hérnias incisionais”, explica Dhyogo.


Diferencial Outro diferencial do mutirão é que 25% das cirurgias serão feitas por videolaparoscopia. Do total das 22 mil cirurgias de hérnias feitas pelo SUS entre 2019 e 2021, apenas 127 – ou 0,5% – foram feitas utilizando a videolaparoscopia, uma tecnologia minimamente invasiva. Para o Dr. Gustavo Soares, vice-presidente da SBH, as cirurgias menos invasivas trazem vantagens tanto ao paciente quanto ao cirurgião. “Estamos falando de procedimentos mais seguros, com menores riscos de complicação e de recidiva da hérnia. Além disso, o paciente fica menos tempo internado e retorna às suas atividades laborais e profissionais de forma mais rápida”.

O mutirão de hérnias no Tocantins também está contando com a participação da indústria, que doou fios, telas e grampeadores – materiais cirúrgicos utilizados nos procedimentos, incluindo equipamentos de videolaparoscopia.


Jornada

Além do Mutirão, a SBH também promoveu a Jornada Norte Brasileira de Hérnia, no sábado (11), no auditório do Palácio Araguaia, em Palmas. O evento ofereceu aos cirurgiões da região, atualização científica de alta qualidade com profissionais renomados de todo o Brasil. O evento abordou, desde técnicas tradicionais como cirurgias abertas, até as mais modernas tecnologias da cirurgia robótica e laparoscópica.

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