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Reservatórios de PCHs contribuem para evitar a escassez e garantir segurança hídrica




A afirmação foi feita pelo diretor interino da ANA, Patrick Thomas, durante a V Conferência Nacional de PCHs e CGHs – promovido pela Abrapch nos dias 23 e 24 de março. As discussões do evento foram guiadas pela necessidade de planejamento da expansão e inserção das UHEs na matriz brasileira.


“No nosso país, a garantia dos usos múltiplos depende boa parte dos reservatórios. Os reservatórios são fundamentais para aumentar a garantia de abastecimento”, afirmou Patrick Thomas.


Ao todo, são 1.046 pequenas usinas em operação no país, com a possibilidade de instalação de outras 2.013, sem contar com o potencial existente no bioma amazônico, que totaliza outros 108 projetos.


O diretor também ressaltou que reservatórios contribuem para o abastecimento mesmo em períodos de eventos ambientais extremos, como em épocas de secas e cheias. “Os reservatórios ajudam a evitar esses dois problemas. Nas secas, para evitar o desabastecimento. E nas cheias, porque podem ser utilizados para amortecimento”, pontua.


Expansão – As PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawats (MW) de energia gerada, com a possibilidade de chegar a 19.328 megawats, segundo dados da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch).


O diretor regional do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), Kironi Oliveira Pires, também defendeu a importância da água armazenada em reservatórios de PCHs e CGHs. “Estamos falando de um recurso hídrico insubstituível. O fornecimento perene de água, alimentos e energia é preocupação constante e os reservatórios são evolução natural desse aspecto. Isso fica evidenciado nos registros de reservatórios criados há anos”, exemplifica Kironi.


Já o gerente de assuntos regulatórios da Thymos Energia, Victor Ribeiro, destacou que as hidrelétricas prestam um serviço de compensação síncrona que não está sendo remunerado de forma adequada, gerando impactos futuros na continuidade do serviço. Segundo Victor, as hidrelétricas possuem uma função social de confiabilidade de abastecimento de sistema e é preciso reconsiderar a remuneração de serviços ancilares para garantir este abastecimento.


A Abrapch, com base em relatórios da Agência Nacional de Energia (Aneel) informa que, apenas na região Sul, existem atualmente 407 PCHs e CGHs em operação, com potencial para outros 828 projetos.


Já na região sudeste existem 348 pequenas usinas em operação e a possibilidade de instalação de outras 512. No Centro-Oeste estão 182 pequenas usinas geradoras de energia, com potencial para outras 561. No Nordeste estão operando 50 PCHs ou CGHs e 114 locais seriam aptos de instalação. Já na região Norte do país estão em operação 59 usinas, com potencial para outras 108, com baixo impacto ambiental.


O diretor da Abrapch, Ademar Cury da Silva, destacou a importância da descarbonização da matriz elétrica no país, da substituição de térmicas fósseis, além da necessidade de armazenamento de energias. “É fundamental o desenvolvimento de políticas públicas para valoração e implantação de reservatórios, o desenvolvimento de um programa emergencial para PCHs e CGHs, a simplificação de processos ambientais e a revisão de garantias físicas”, afirmou.


Já o superintendente de Projetos de Geração (EPE), Bernardo Folly de Aguiar, indicou quais pontos são discutidos no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE/2031). “O PDE 2031 incorpora a discussão sobre a escassez hídrica, mas também traz mais realismo ao planejamento e visa atingir metas do critério de suprimento”, pontua. Para Bernardo, o estudo contribui para o desafio do setor elétrico de abrir as discussões para a sociedade – incluindo debates de questões ambientais.


A abordagem do diretor executivo da Ludfor Energia, Douglas Ludwing, apresentou uma série de pontos que chama de “incongruências do setor elétrico”, destacando inclusive a demora de liberação ambiental para o avanço da produção elétrica de PCHs e CGHs.

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